Alergia a ovos: como lidar com esse perigo no seu dia a dia e na sua dieta
De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gorduras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causador de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca.
A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos.
A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara completamente. Veja quais são:
Clara
- Albumina
- Ovalbumina
- Ovomucoide
- Ovotransferrina
- Ovomucina
- Lisozima
Gema
- Lipovitelina
- Fosvitina
Quais são os sintomas?
Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respiração) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos).
Como é feito o diagnóstico?
A determinação da IgE específica auxilia apenas na identificação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápidos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico especializado é capaz de interpretar corretamente os resultados.
Já os testes de provocação oral são considerados fidedignos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas.
[perfectpullquote align=”right” bordertop=”false” cite=”” link=”” color=”” class=”” size=””]A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvolvimento de alergias alimentares[/perfectpullquote]TRATAMENTO
A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos.
Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as proteínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnosticadas com a alergia.
Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, principalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amarela.
Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quantidade de proteína do ovo presente e da história de reações anteriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina.
Como posso prevenir a alergia ao ovo?
A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvolvimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.
Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos. Além de ovos alimentos que contém ovos, principalmente os alimentos processados não deveriam fazer parte da dieta das crianças principalmente nesta fase da infância.
Quais alimentos devem ser retirados da dieta de alérgicos ao ovo?
Verifique cuidadosamente os alimentos que provavelmente terão ovos acrescidos, por fazer parte dos ingredientes da receita:
- Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes);
- Salgados e empanados de lanchonete;
- Nuggets;
- Cremes, pudins e sorvetes;
- Massas com ovos na composição (olhe o rótulo);
- Marshmallows, marzipan, nougat;
- Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo);
- Panquecas e waffles; e
- Molho tártaro.
A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composição, mas fique atento a estes ingredientes, pois são indicativos da presença de ovos.
- Binder;
- Coagulante;
- Emulsionante;
- Albumina (proteína do ovo);
- Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas);
- Livetin/Lisozima;
- Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglobulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina;
- Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo);
- Vitelina.
Atualmente, a partir da nova legislação dos alergênicos nos rótulos, deve-se ter um cuidado especial para procurar no rótulo do alimento industrializado os dizeres “Alérgicos: Contém Ovo” ou “Alérgicos: Contém Derivados de Ovo” ou “Alérgicos: Pode Conter Ovo”.
Substituindo os Ovos na Receita
- É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as sugestões abaixo que equivalem para um ovo:
- 1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou;
- Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê);
- Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água;
- ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural;
- Purê de batata.
Ovos representam uma fonte de alimento muito importante, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.
(Fonte: Eu Posso Isso | Foto: Visualhunt)