O glúten pode afetar a pele? Dermatologista explica efeitos no rosto e no corpo

É possível notar lesões com bolhas que se rompem com facilidade e crostas. Estas feridas podem causar coceira intensa em áreas como joelhos, cotovelos e glúteos”

Você, com certeza, já se deparou com a frase “contém glúten” ou “não contém glúten” em embalagens de diversos alimentos. A presença dela é exigida por lei e a substância pode conferir riscos à saúde do organismo e da pele. A fim de esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto, DermaClub conversou com a dermatologista Lilian Ota, de São Paulo, que contou o que é a substância, qual a sua função na preparação dos alimentos, além das melhores maneiras de evitar reações e desconforto.

Segundo a médica, o glúten está presente em sementes de alguns cereais ― como trigo, cevada e centeio ― e é formado por meio da mistura de proteínas a algumas substâncias tóxicas, chamadas de gliadina e glutenina. O glúten é importante na indústria alimentícia, já que ele ajuda na hora de ‘dar liga’ aos preparos.

De acordo com a especialista, o glúten é de difícil digestão e tem alta capacidade de irritar a mucosa gástrica, e ainda provocar alergias cutâneas.

“Já foi comprovado que, quanto mais cedo começa a ingestão da substância, maior é a chance da pessoa desenvolver alguma doença ou grau de hipersensibilidade”, disse, explicando que o glúten pode causar na pele a dermatite herpetiforme. “É possível notar lesões com bolhas que se rompem com facilidade e crostas. Estas feridas podem causar coceira intensa em áreas como joelhos, cotovelos e glúteos.”

Já a reação que a substância pode gerar no intestino delgado é chamada de doença celíaca. “Ela pode afetar qualquer pessoa e é o que conhecemos popularmente como a intolerância ao glúten. Os sintomas mais comuns são: diarreia intensa e de longa duração, vômito, perda ou ganho de peso, anemia e distensão abdominal”, afirmou.

A dermatologista explicou que, para o diagnóstico da doença celíaca, são realizadas biópsias do intestino delgado. “É examinada a integridade das vilosidades intestinais ― que são dobras da parede interna que aumentam a superfície de absorção de nutrientes. Além disso, são realizados exames de sangue para pesquisar a presença ou ausência de determinados anticorpos”, disse.

Para a médica, a única maneira de evitar quadros de reação cutânea é através de dietas livres de glúten. Alimentos como arroz, milho, mandioca, frutas, vegetais, carnes, sal, óleos, açúcar, cacau e gelatina não apresentam a substância em suas composições naturais. Além disso, vale estar atento às embalagens industrializadas, já que é exigido por lei que esteja especificado se ali há ou não a presença do glúten.

Fonte: DermaClub | Foto: Visualhunt